sexta-feira, 9 de março de 2012

Cadeirantes enfrentam dificuldades em Salvador


Em pé: Rogério Pinheiro

Sacrifício, força de vontade, persistência e superação. Acompanhado dessas palavras vem a intenção de descrever o quadro de tristeza, abandono e de falta de políticas direcionadas aos portadores de deficiência física na cidade de Salvador. O desabafo é de um dos integrantes da Associação de Atletas Baianos com Necessidades Especiais – AABANE que todos os dias, para se locomover de sua casa ao trabalho, em sua cadeira de rodas, precisa esperar até duas ou três horas, por que é pequeno o número de ônibus articulados com elevador para transportar o cadeirante em Salvador e Região Metropolitana. “A gente tem é que se virar”, disse Roberto Sena Trindade 31 anos. Membro da AABANE e cadeirante há pouco mais de um ano, Sena revela que passou a usar a cadeira de rodas para se locomover depois que foi baleado na coluna ao discutir com um rapaz em Ilhéus. “O tratamento caro está disponível na rede Sarah de hospitais, mas o que pesa é que não temos um transporte digno na cidade de Salvador”.

De acordo com Osmar Nascimento, presidente da AABANE, o grupo de 50 cadeirantes existe há cerca de doze anos, constituiu a associação há cinco e se reúne todo sábado, pela manhã, no Instituto Baiano de Reabilitação – IBR, localizado em Ondina. Nascimento conta que a cadeira de rodas passou a ser sua fiel escudeira há 26 anos e que a prática do esporte lhe proporcionou a fórmula para ter vida plena. Hoje a luta da AABANE, pelo relato do seu presidente é receber apoio dos órgãos públicos e da iniciativa privada. “O governo construiu o ginásio esportivo Armando Oliveira na avenida Gal Costa e não disponibiliza o acesso”, encerra.

Osmar Nascimento

É alto o custo de uma cadeira para o esporte adaptado. R$2.500,00 é a média de preço para cada unidade do equipamento, fator que torna quase impossível a aquisição por parte dos associados e prejudica o desenvolvimento das atividades esportivas. Rogério Pinheiro, técnico do time de basquete da AABANE acrescenta que a cidade não oferece oportunidade aos cadeirantes. “Deficiente é a cidade de Salvador que não foi adaptada para esse fim”. Pinheiro que também é Guarda Municipal de Salvador ressalta que a prática de esporte é fundamental para o grupo e que, logo em breve, vai procurar a Superintendência de Desportos da Bahia SUDESB e a Coordenadoria de Esporte e Lazer – COEL da prefeitura de Salvador para buscar patrocínio para a realização da Copa Nordeste para cadeirantes.

Contatos:


Osmar Nascimento 8703-8964 e Rogério Pinheiro 8889-5492.