sábado, 19 de maio de 2012


Caso Neylton: vigilantes são condenados a 14 anos de prisão

Texto e Imagem: Correio da Bahia


Acusados
 O julgamento dos ex-vigilantes Josemar dos Santos e Jair Barbosa da Conceição, acusados de matar o servidor Neylton Souto da Silveira em janeiro de 2007, terminou na madrugada deste sábado (18) com o anúncio da setença. Os vigilantes foram condenados a 14 anos de prisão pelo assassinato do servidor da Secretaria Municipal de Saúde. Os dois acusados, que irão recorrer da decisão, devem continuar em liberdade até que a Justiça decida se mantém a sentença. O Ministério Público pretende pedir a reabertura do inquérito para investigar quem mandou matar Neylton. "Nós esperamos, diante do que nós já temos, que os autores intelectuais desse crime venham também a julgamento", disse o promotor Davi Gallo.
Durante os dois dias de julsgamento, testemunhas e os dois réus foram ouvidos. A delegada que investigou o caso, Dilma Nunes, foi a primeira das 13 testemunhas a ser ouvida e negou que tenha acontecido tortura. "Eu cheguei na delegacia, logo passei a interrogá-lo e ele tava tranquilo, passou tranquilamente as informações", garantiu Nunes. O promotor do caso, Davi Gallo, apresentou também um vídeo em que Josemar supostamente confessa o crime, ao ser ouvido pelo delegado Ricardo Gomes Barbosa, que esteve entre as testemunhas de acusação ouvidas no primeiro dia. Os advogados de defesa alegaram que o depoimento não podia ser considerado válido por ter sido feito sem a presença do MP. Neylton era subcoordenador da contabilidade da SMS. O julgamento foi presidido pelo juiz Cássio Miranda, e atuaram na acusação os promotores de Justiça Davi Gallo Barouh, Antônio Luciano Assis e Cássio Marcelo de Melo.                                                   Crime e mandantes
Neylton foi encontrado morto dentro das dependências da SMS, no Comércio, com marcas de estrangulamento e espancamento. Ele era subcoordenador de contabilidade e trabalhava no setor de pagamentos das empresas que prestavam serviços à prefeitura. Investigações encontraram irregularidades em vários contratos, com desvios de dinheiro público que chegaram a R$ 80 milhões. O MP chegou a acusar a ex-subsecretária municipal de saúde Aglaé Souza e a consultora técnica Tânia Pedroso como mandantes do crime, mas as duas foram excluídas do processo pela Justiça. Apesar do Ministério Público apontar a hipótese de que Neylton foi morto porque sabia de possíveis improbidades administrativas dentro do secretaria, o que caracterizaria uma "queima de arquivo", a ex-subsecretária e da ex-consultora financeira, foram retiradas do processo também por falta de provas. "Estamos coletando novos fatos, novos dados que podem permitir que elas sejam reincluídas. Há uma documentação que será apresentada. Do ponto de vista prático e técnico, afirmaria que há 70% de chance", ressalta Gallo.


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